Economia
O Japão é a terceira maior potência econômica mundial com um PIB de cerca de 5,9 trilhões de dólares, ficando atrás dos Estados Unidos e da China. O país acumula saldos gigantescos no comercio exterior, graças a diversidade de seu parque industrial e ao fato de abrigar universidades e centros avançados de pesquisa e tecnologia. Além disso, a população japonesa usufrui de uma excelente qualidade de vida, com renda per capita média 46 mil dólares anuais e uma alta expectativa de vida, de cerca de 83 anos, que confere aos japoneses um elevado índice de Desenvolvimento Humano (IDH):0,953.
A conquista dessa prosperidade econômica e social foi devida aos recursos financeiros concedidos pelos Estados Unidos, na década de 1950, como forma de compensar o governo japonês pelos danos causados durante a Segunda Guerra, além , é claro, de impedir a expansão do socialismo soviético no Extremo Oriente.
Com os recursos obtidos, o governo japonês investiu na reconstrução do país , direcionando bilhões de dólares para a criação de infra-estrutura (estradas, ferrovias, portos, usinas elétricas, etc.), além de novas indústrias do setor de base (siderúrgicas, metalúrgicas, químicas, entre outras), intermediarias (sobretudo as navais) e, mais tarde, de bens de consumo (automóveis, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, etc.). O principal objetivo era colocar no mercado internacional produtos com tecnologia moderna, alta qualidade e preços baixos. Os esforços do governo japonês deram resultado: nas décadas seguintes, o mundo foi invadido pelos seus produtos manufaturados, o que levou o país à categoria de grande exportador mundial.
O ritmo de crescimento econômico do Japão disparou, atingindo, nas décadas 1950 e 1960, uma taxa media de 10,5% ao ano, o dobro da taxa das outras nações desenvolvidas. Além da ajuda financeira dos Estados Unidos, outros fatores contribuíram de maneira significativa para a retomada do desenvolvimento no país. Vejamos os mais importantes.
Mão de obra barata e abundante para as indústrias: ao final da Segunda Guerra Mundial, houve no Japão um intenso êxodo rural. A maior parte do contingente de trabalhadores migrantes foi absorvida pelas industrias que surgiam, sobretudo, nos grandes centros urbanos.
Longas jornadas de trabalho: desde o início do período de recuperação econômica, os empregados japoneses tem trabalhado, em media, durante 43 horas semanais, ao passo que, na maioria das outras nações desenvolvidas, como a França e os Estados Unidos, a jornada de trabalho é de 38 horas semanais.
Fidelidade dos trabalhadores à empresa: os trabalhadores japoneses são extremamente subordinados à hierarquia, às regras e à rotina de trabalho das empresas; muitas vezes eles vêem a fábrica como uma extensão de sua casa. A obediência desses trabalhadores à classe patronal faz que seus sindicatos existentes no país atuem, na realidade, em consenso com os interesses econômicos das empresas.
Aplicação maciça de verbas na área educacional: a partir do pós-guerra, parcelas significativas das verbas públicas foram destinadas à educação, principalmente ao ensino técnico voltado para a qualificação de mão de obra. Os resultados desses investimentos são visíveis na atualidade: 98% dos estudantes japoneses cursam o 2º grau, e 51% destes seguem para o nível superior.
Criação e aprimoramento de novas tecnologias: governos e empresas realizaram grandes investimentos em pesquisas científicas, fazendo o país se destacar nos setores da tecnologia de ponta. A partir da década de 1970, o Japão tornou-se o maior fabricante e exportador mundial de microchips, de robôs de alta precisão e também de supercomputadores.
Podemos concluir que foi fundamental a participação ativa e integrada da população, das empresas e do governo na reconstrução econômica do Japão, o que provocou um acelerado crescimento das cidades do país logo após a Segunda Guerra Mundial.
Fonte: Livro - Geografia Espaço e Vicência (Levon Boligian e Andressa Alves) Vol.3